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Borda laranja

ENTREVISTA DO JIN PARA ROLLING STONES.

Jin sobre músicas no ‘estilo rock’, a vida na estrada e ser muito bonito

O produtor principal do BTS, Pdogg, gosta de desafiar os vocalistas do grupo ao ápice do seu alcance vocal, e além. Um dos mais extremos, e impressionantes, um exemplo é a assustadora série de notas acima-do falsetto que Jin consegue atingir na faixa “Crystal Snow”. Você nunca adivinharia, a partir desse momento, ou vários outros, que Jin não era nada próximo de um cantor (ou dançarino) quando juntou-se à Big Hit Entertainment (agora HYBE) como trainee; na verdade ele estava estudando atuação. Na terceira entrevista da série de entrevistas da Rolling Stone com cada um dos sete membros do BTS, Jin explica como cultivou

suas habilidades formidáveis, reflete sobre alguns de seus melhores momentos musicais, e mais. Ele sentou no escritório de sua gravadora para essa conversa, usando uma camisa de botão azul com lapelas grandes e um boné de baseball da marca japonesa Mastermind, um presente de Suga.


Eu sei que você acabou de acordar hoje. Como foi seu dia ontem?

Nós fomos gravar um show de variedades, um popular e bem famoso na Coreia, e nós não fazíamos isso há um tempo. Eu gostaria de enfatizar e deixar claro para que fique bem registrado que todos ficaram enlouquecidos sobre o quão lindo eu sou [ri].


Mesmo de máscara é possível dizer. Então, o que você aprendeu sobre si nesse ano fora da estrada?

Especialmente quando estávamos em turnê, não havia tempo para refletir sobre mim e descobrir o que me alegra, o que me relaxa. Estar fora da estrada por um ano me deu a chance de realmente refletir no que eu quero e quem eu sou, e meio que aprender a me amar. Ganhei a chance de dormir mais, e isso me deixa muito satisfeito. Eu tentei fazer exercícios, e descobri que isso é algo que gosto de fazer. E coisas do dia a dia, como jogar vídeo game, assistir filmes, cantar, esse tipo de coisa.


Ao mesmo tempo, parece que você sentiu a dor de não estar em turnê.

Não apenas eu, mas os outros membros realmente sentiram isso. Quando nós não pudemos sair em turnê, todos sentimos um sentimento de perda, um sentimento de impotência, e ficamos todos tristes. E na verdade levou um certo tempo para superarmos esses sentimentos.


Você compôs a música “Abyss” sobre alguns desses sentimentos, certo?

Como o título sugere, eu estava sentindo como se estivesse no fundo de um abismo enquanto escrevia a letra. Estava me sentindo muito triste e cabisbaixo. Mas o processo de cantar a música e gravá-la aliviou muitas dessas emoções.


“Moon” é uma música com uma guitarra bem presente. É verdade que você gostaria que o BTS gravasse algo mais inclinado ao rock?

Eu acho que não recusaria fazer qualquer música com um estilo mais rock que entrem em nosso caminho. Seria bom se pudéssemos fazer mais delas, mas elas precisam parecer apropriadas e combinar com o estilo do nosso time.


Já que sua experiência era em atuação, você precisou aprender a cantar e dançar do zero como trainee. Como foi?

Era verdade na época e ainda é de que eu preciso me esforçar muito mais para fazer coisas que são naturais aos outros membros. Eu sou falho em muitas áreas. Por exemplo, muitos dos outros membros aprenderão uma coreografia e conseguirão dançá-la assim que a música tocar. Mas eu não consigo fazer isso. Então eu tento trabalhar mais intensamente para não atrasar os membros ou ser um peso. Então, eu vou para os ensaios uma hora antes, ou fico depois que o ensaio acabou, e fico por lá por mais uma hora, mas ou menos, e peço para o professor revisar a coreografia comigo novamente.


Mas você se tornou um vocalista impressionante. Quais foram alguns dos momentos onde você percebeu que estava atingindo maestria em cantar?

Eu não acho que houve um momento em que eu me senti como se tivesse me tornado um cantor. Eu não dominei o canto. Mas um vocalista tem um dever e uma obrigação de trazer prazer à audiência. Quando saíamos em turnê, eu comecei a ver que a audiência gostava do que eu estava fazendo. Estávamos compartilhando as mesmas emoções e o que eu fazia ressonava neles mais e mais. Então, seja o meu canto, minha performance ou o que quer que seja, eu comecei a perceber que era capaz de me comunicar com a audiência.


Me fale sobre [o fundador da HYBE] Mr. Bang. Qual o seu talento particular?

[Abre um sorriso largo] Muito disso, eu acredito, que seja sorte. O trabalho de gênio dele foi a boa sorte que teve em nos conhecer. Não acho que ele conseguiria esse feito sem a gente. Então acho que sua boa sorte é o seu talento… Acho que o que eu posso dizer sobre ele é que ele possui a habilidade de olhar para o futuro e perceber tendências ainda bem no começo. Ele é capaz de ver, “Tal coisa que fazemos agora, nos beneficiará no futuro”. Então, acho que ele é bem capaz nessa área. Além de ser muito sortudo.


Você é, é claro, o membro mais velho do grupo. Há um ditado que diz que as pessoas meio que congelam na idade que se tornaram famosos, porque a vida comum para pra eles. Então, na sua cabeça, você se sente como alguém de quase 30 anos, ou alguém mais novo?

É um pouco embaraçoso para mim dizer, porque é meio que tocar a própria corneta, eu acho. Mas a todo momento que senti que estávamos no pico da nossa fama, atingimos um novo pico, e outro novo pico. E enquanto eu continuava a envelhecer, e de novo, é um pouco embaraçoso admitir isso, nós fomos capazes de atingir mais e mais picos. Então eu sinto a idade que eu tenho! Me sinto com 29 anos.


Você vai tentar atuar novamente em algum momento?

Nada está escrito em pedra. Eu gosto de ir a favor da correnteza e fazer o que sinto. Agora eu sinto que realmente amo música, então eu acho que estou mais orientado a fazer música.


“Spring Day” é obviamente um esforço coletivo, mas acho sua parte excepcionalmente tocante. O que você se lembra sobre a gravação da música?

Nós queríamos criar um tipo de música doce e sentimental, com um sentimento melancólico. Quando recebemos a letra, tentamos estabelecer o tema e o tom para a gravação. Eu tentei relembrar memórias doces e melancólicas para que pudesse traduzir isso no sentimento geral. Por exemplo, pensar em um amigo que você perdeu o contato, e retirar a emoção dessa tristeza.

Como acontece toda a complexa interação vocal nas músicas do BTS — como vocês decidem quem canta o que?

Quando uma música está finalizada, todos nós a cantamos. Todos cantam a música inteira. E aí decidimos que linhas encaixaram melhor com quais pessoas e personalidades. E tentamos trabalhar a partir disso.


E finalmente, nos seus dias de trainee, você conseguiria imaginar atingir esse nível de sucesso?

Eu acho que naquela época, eu sentia que podíamos atrair um público de 1000 pessoas, naquela época é o que queríamos fazer. Esse era meu objetivo naquele tempo.


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